sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Segunda Guerra Mundial

  A Segunda Guerra Mundial, iniciada setembro de 1939, foi a maior catástrofe provocada pelo homem em toda a sua longa história. Envolveu setenta e duas nações e foi travada em todos os continentes (direta ou indiretamente). O número de mortos superou os cinqüenta milhões havendo ainda uns vinte e oito milhões de mutilados.
É difícil de calcular quantos outros milhões saíram do conflito vivos, mas completamente inutilizados devido aos traumatismos psíquicos a que foram submetidos (bombardeios aéreos, torturas, fome e medo permanente). Outra de suas características, talvez a mais brutal, foi a supressão da diferença entre aqueles que combatem no fronte e a população civil na retaguarda. Essa guerra foi total. Nenhum dos envolvidos selecionou seus objetivos militares excluindo os civis.
Atacar a retaguarda do inimigo, suas cidades, suas indústrias, suas mulheres, crianças e velhos passou a fazer parte daquilo que os estrategistas eufemisticamente classificavam como "guerra psicológica" ou "guerra de desgaste". Naturalmente que a evolução da aviação e das armas autopropulsadas permitiu-lhes que a antiga separação entre linha de frente e retaguarda fosse suprimida.
Se a Primeira Guerra Mundial provocou um custo de 208 bilhões de dólares,. esta atingiu a impressionante cifra de 1 trilhão e 500 bilhões de dólares, quantia que, se investida no combate da miséria humana a teria suprimido da face da terra. Aproximadamente 110 milhões de homens e mulheres foram mobilizados, dos quais apenas 30% não sofreram morte ou ferimento.
Como em nenhuma outra, o engenho humano foi mobilizado integralmente para criar instrumentos cada vez mais mortíferos, sendo empregados a bomba de fósforo, a napalm e finalmente a bomba política de genocídio em massa, construindo-se campos especiais para tal fim. Com bem disse o historiador R.A.C. Parker: "O conceito que a humanidade tinha de si mesmo, nunca voltará a ser o mesmo".
Causas Gerais
"... a decisão de qualquer guerra nem sempre deve ser considerada como um caso absoluto: muitas vezes o Estado vencido vê na sua derrota um mal transitório, a que as circunstâncias políticas ulteriores poderão fornecer um remédio." - Clausewitz
Causas diplomáticas
Quase todos os historiadores concordam que a causa diplomática mais profunda da Segunda Guerra Mundial tem sua origem no Tratado de Versalhes, assinado entre as potências vencedoras da Primeira Grande Guerra (Estados Unidos, Inglaterra, França) e as Vencidas (a Alemanha e a Áustria). A Alemanha se viu despojada da Alsácia-Lorena (que havia conquistado na guerra franco-prussiana de 1870), como teve de ceder à Polônia uma faixa de território que lhe dava acesso ao Mar Báltimo (o chamado "corredor polonês").
A cidade alemã de Danzig passaria ao controle da Liga das Nações e o território do Sarre, rico em carvão foi cedido por um período de 15 anos à França. Também foi vedado a Alemanha possuir um exército superior a 100 mil homens exigiu-se a desmilitarização da Renania (Região fronteiriça com a França), assim como o desmantelamento das fortificações situadas a 50 Km do Reno. Viu-se compelida a entregar todos os navios mercantes cuja tonelagem ultrapassasse a 1.600 toneladas e ceder gado, carvão, locomotivas, vagões, cabos submarinos, etc.
A quantidade da sua dívida para com os aliados foi fixada na Conferência de Bologne (21 de junho de 1920) em 269 bilhões de marcos-ouro a serem pagas em 42 anualidades. Não poderia desenvolver pesquisas bélicas, possuir submarinos ou realizar projetos militares (aviões, canhões, etc.). O velho Império Austro-Húngaro foi desfixada na Conferência de Bologne (21 de junho de 1920) em 269 bilhões de marcos-ouro a serem pagas em 42 anualidades.
Não poderia desenvolver pesquisas bélicas, possuir submarinos ou realizar projetos militares (aviões, canhões, etc.). O velho Império Austro-Húngaro foi desmembrado pelo tratado de Paz de St. Germain-en-Laye, onde teve que entregar o Tirol do Sul para a Itália, reconhecer a Independência da Hungria, Techcoslováquia, Polônia e Iugoslávia, Polônia e Iugoslávia, além de lhe ser vedada a união com a Alemanha. A Áustria foi proibida de possuir um exército superior a 30 mil homens.
Estas sanções aplicadas pelos vencedores tornaram-se fonte de amargos rancores, que facilmente foram explorados pela extrema direita nacionalista (nazistas e capacetes-de-aço, que começam a proliferar na Alemanha em 1919). O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial.
Com seus 65 milhões de habitantes e sua tradição militar, a Alemanha fatalmente viria reivindicar o seu lugar no rol das potências européias. Os diplomatas burgueses se esqueceram da lição do Congresso de Viena (1815), quando os vencedores de Napoleão procuraram não humilhar a França, a nação mais povoada da Europa Ocidental naquela época. Esta contradição entre potencial demográfico e industrial e o não reconhecimento diplomático de um estatuto privilegiado para a Alemanha, terminaram por fazer com que a ascensão de Hitler fosse possível.
O novo sistema defensivo: os aliados ocidentais, principalmente a França, ao estimularem o surgimento de novos estados-nacionais na Europa Centro-Oriental, visavam substituir a Rússia (então em plena guerra civil) como um fator de dissuasão para qualquer tentativa alemã de agressão. A Tchecoslováquia e a Polônia assinaram tratados de defesa mútua com a França e com a Inglaterra, Esperava-se que estes dois países obrigassem os alemães a lutar em duas frentes - como ocorreu durante a Primeira Guerra Mundial - caso tentassem repetir o erro de 1914.
A França por sua vez, iniciou a construção da "Linha Maginot" um complexo sistema defensivo que partia da fronteira suíça até a um complexo sistema defensivo que partia da fronteira suíça até a da Bélgica. Desta forma esperava evitar um ataque de surpresa por parte de seu poderoso vizinho. No entanto os efeitos morais e psicológicos desta atitude, tiraram-lhe qualquer alternativa ofensiva, limitando-se a ter que agir caso os alemães o fizessem primeiro.
A Inglaterra, no período entre-guerras, tornou-se cada vez mais apaziguadora, segura de ser uma ilha e de possuir a mais poderosa frota naval do mundo dando-lhe proteção suficiente caso houvesse um novo conflito. Os Estados Unidos voltaram nos anos vinte a adotar a política do isolacionismo, não querendo envolver-se nas querelas dos países europeus. Estas ambigüidades e atitudes defensistas seriam habilmente exploradas por Hitler na década dos anos trinta.
A crise econômica que se abate sobre o sistema capitalista mundial a partir de 1929, vai ser o fator mais poderoso para que um novo arranjo do poder em escala mundial seja pleiteado. A crise levou os países capitalistas a tomarem medidas protecionistas visando salvar os mercados internos das importações estrangeiras, ocorrendo uma verdadeira guerra tarifária. A produção mundial, reduziu-se em 40%, sendo que a diminuição do ferro atingiu a 60%, a do aço 58%, a do petróleo 13% e a do carvão 29%.
O desemprego grassou nos principais países industrializados: 11 milhões nos Estados Unidos, 6 milhões na Alemanha, 2 milhões e meio da Inglaterra e um número um pouco superior na França. Não está longe da verdade o fato ter provocado a aflição e o desemprego em mais de 70 milhões de pessoas (contando-se os seus dependentes). Como a economia já estava suficientemente internacionalizada (com exceção da URSS que se lançava nos Planos Qüinqüenais) todos os Continentes foram atingidos, aumentando ainda mais a miséria e o desemprego.
A América Latina por exemplo teve que reduzir em 40% suas importações e sofreu uma queda de 17% em suas exportações. É nesse contexto caótico que a Alemanha no Ocidente e o Japão no Oriente vão tentar explorar o debilitamento de seus rivais. Uma nova luta por mercados e novas fontes de matérias-primas levaria o mundo à Segunda Guerra Mundial.
Causas Políticas
A conjuntura externa caótica e a situação interna de desespero conduzem Hitler ao poder na Alemanha em 1933. Atuando implacavelmente, em menos de um ano sufocou todos os movimentos oposicionistas (sociais-democratas, comunistas e liberais) dando início à "Revolução Nacional-socialista" que tinha como objetivo fazer a Alemanha retornar ao grau de potência européia.
Naturalmente que para tal era necessário romper com o tratado de Versalhes, pois este impedia a conquista do "espaço vital", como o rearmamento. Atenuava-se o desemprego e atendia-se necessidades da poderosa burguesia financeira e industrial da Alemanha. Para evitar a má vontade das potências ocidentais, Hitler coloca-se como campeão do anti-comunismo a nível mundial, assinando com o Japão (novembro de 1936) e com a Itália (janeiro de 1937) o Pacto Anti-Comintern - cujo fim é ampliar o isolamento da URSS e, quando for possível, atacá-la.
O Japão, que igualmente passa por convulsões internas graves, dá início em 1931, a uma política externa agressiva, explorando o enfraquecimento dos Impérios Coloniais europeus que se mostram impotentes para superar a crise econômica. Em 1937, após ter ocupado a rica região da Manchúria, invade o resto do território chinês, dando início ao longo conflito na Ásia. Seu expansionismo vai terminar por chocar-se com os interesses norte-americanos na Ásia (Filipinas) e levar à guerra contra os Estados Unidos.
Os antecedentes imediatos
A Guerra Civil Espanhola
Nas eleições de 1936 a Frente Popular vence as eleições na Espanha. Em 18 de julho, os generais Mola e Francisco Franco rebelam-se contra a República, representando a coligação de forças conservadoras (a direita monarquista, a Igreja católica, e os grupos fascistas da Falange Espanhola) iniciando a guerra-civil que durou dois anos e nove meses. Enquanto a França e a Inglaterra optaram pela política de não intervenção, Hitler e Mussolini auxiliaram abertamente os nacionalistas de Franco (Legião Condor e Grupo de Tropas Voluntárias).
Os republicanos, cada vez mais isolados, pediram apoio à URSS. Devido à distância, e ao bloqueio naval, o auxílio soviético não consegue equilibrar a situação a favor dos republicanos, que terminam por ser derrotados em março de 1939. Esta guerra serviu para Hitler experimentar sua estratégia da blitzkrieg (avanço de carros de combate conjugados com bombardeios aéreos maciços) e detectar a indecisão e fraqueza dos aliados ocidentais. Enquanto que para Stalin, serviu de lição, não podia se envolver num enfrentamento direto com a Alemanha.
A ascensão de Hitler ao poder e seu nacionalismo exacerbado fizeram com que os alemães que habitavam países vizinhos, entrassem em ebulição, desejando integrarem-se na Grande Alemanha. Já em março de 1938, Hitler havia anexado a Áustria (Anschluss), tornando-a província do Reich. Com isso a integridade territorial da Tchecoslováquia ficou ameaçada. A Sudetolândia, região fronteiriça com a Alemanha, possuía uma população de origem germânica que perfazia 65% dos habitantes, apesar de legalmente pertencer a Tchecoslováquia desde 1919.
É justamente nesta região que os Tchecos tinham seu sistema defensivo, nos moldes franceses. Hitler começa a exercer pressão junto ao governo tcheco para anexá-la. O perigo de guerra torna-se iminente. Neste exato momento, Chamberlain, primeiro-ministro conservador da Inglaterra e Daladier, Presidente da França, propõem encontrar-se com Hitler em Munique. O Acordo de Munique terminou com uma estrondosa vitória dos nazistas, pois receberam o acordum para poder ocupar a Sudetolândia em troca de uma simples promessa de paz - que não seria cumprida.
Esse acontecimento convenceu Hitler ainda mais da debilidade dos aliados ocidentais, estimulando-o a reivindicar a plena integração do "corredor polonês" ao Reich. Em março de 1939 a Tchecoslováquia deixa de ser independente, transformando-se no "Protetorado da Boemia e Morávia".
O pacto Germano-Soviético
Para poder invadir a Polônia, havia a necessidade da neutralização de uma das potências vizinhas da Alemanha. A Inglaterra e a França já haviam cedido a Tchecoslováquia e provavelmente iriam à guerra se a Polônia fosse invadida. Qual a reação da URSS? Hitler, veterano da Primeira Guerra Mundial sabia que a Alemanha não poderia repeli-la, isto é, ser obrigada a lutar simultaneamente, no Ocidente e no Oriente.
Assim pensou em fazer um acordo com Stalin, temeroso que uma invasão (os exércitos russos haviam sido desbaratados pelos alemães entre 1914/16) pusesse abaixo as conquistas industriais da Rússia Soviética, não hesitou. A recente demonstração de fraqueza da Inglaterra e França, fez com que estendesse sua mão calorosamente ao maior adversário do comunismo. Em agosto de 1939, é assinado o Pacto de não agressão germano-soviético, cujas cláusulas secretas implicam na partilha da Polônia, reconhecendo a hegemonia soviética sobre os Estados Bálticos (Letonia, Estonia e Lituania). A estrava da guerra estava aberta.
A 1ª fase da ofensiva Nazi-fascista
Em setembro de 1939, as tropas alemães cruzam a fronteira polonesa e marcham em direção a Varsóvia que será a primeira capital européia a conhecer as agruras do bombardeio aéreo. Apesar dos esforços, os poloneses não têm condições de deter a poderosa máquina militar germânica. Pela primeira vez é utilizada em larga escala a estratégia da blitzkrieg - a "guerra relâmpago" - maciças operações com divisões blindadas que atuam como pinças, encurralando o inimigo, isolando-o em bolsões, para posteriormente levá-los ao esmagamento ou à rendição.
A Inglaterra e a França enviam ultimatos, exigindo a retirada imediata das forças alemãs do território polonês - dando-lhes um prazo de vinte quatro horas - findo os quais automaticamente se declarariam em guerra com a Alemanha. A 3 de setembro, chegam a Chancelaria alemã as declarações de guerra. A Polônia resistiu por pouco mais de um mês, terminando por render-se incondicionalmente.
Qual a razão da Inglaterra e principalmente a França, não terem aproveitado o momento em que o grosso das forças alemãs atuavam na Polônia e iniciarem uma ofensiva pelas desguardadas fronteiras ocidentais? De certa forma, a Primeira Guerra Mundial condicionou os aliados ocidentais a acreditarem que a Segunda seria semelhante. Isto é, os alemães atacavam, os franceses se defendiam e finalmente levariam o inimigo ao esgotamento.
Nem a França nem a Inglaterra estavam preparadas para a nova dinâmica da guerra, que ao contrário da Primeira, se caracterizava por sua extraordinária mobilidade, propiciada pelo desenvolvimento dos blindados e da aviação de bombardeio. Durante nove meses as tropas anglo-francesas esperaram o ataque alemão, dando um tempo precioso para que Hitler não só liquidasse com a Polônia como ocupasse mais 500 mil Km2 antes de voltar suas forças contra eles.
Em abril de 1940 as divisões alemãs ocupam a Dinamarca (praticamente sem resistência) e a Noruega - onde conseguem expulsar um corpo expedicionário anglo-francês em Narvik. A ocupação do Frente Norte, deveu-se a necessidade de evitar uma ofensiva inglesa pelo Báltico, como também preservar o abastecimento de matérias-primas estratégicas vindas da Suécia. Em maio de 1940, os Países Baixos são atacados. A Holanda é invadida no dia 15 e a Bélgica treze dias depois.
Até então os nazistas haviam enfrentado países pequenos e de poucos recursos humanos e materiais, quase sem tradição militar. Esperava-se que a França fosse resistir com mais eficiência, pois contava igualmente com a colaboração de um corpo expedicionário britânico. Vis a vis, os exércitos franceses tinham um número equivalente em homens, tanques e aviação, além de terem sido vitoriosos em 1914/18. No entanto, a catástrofe francesa foi ainda maior pelo inesperado arrojo das tropas alemãs.
Os franceses haviam concentrado suas mais eficientes tropas na fronteira com a Bélgica, pois fora dali que os alemães iniciaram a invasão em 1914. Estavam confiantes na segurança que a Linha Maginot lhes dava e se preocuparam com a região das Ardenas, ocupadas por florestas e extremamente acidentada. Por via das dúvidas colocaram à saída da floresta, um dos seus menos capazes exércitos, o 9º.
Foi exatamente nessa região que se deu o golpe de força alemão dividindo o exército francês em dois, fazendo com que o flanco esquerdo se retirasse juntamente com o corpo expedicionário britânico para a costa do Atlântico. O pânico estabeleceu-se na retaguarda francesa. Milhares de refugiados entupiam as estradas e impediam o deslocamento de tropas necessárias para tapar as brechas. A estrada para Paris abriu-se para os alemães. Enquanto isso, mais de seiscentos mil homens estavam sitiados na Linha Maginot, assistindo impotentes o desastre militar e político de seu país. O exército francês pulverizou-se em menos de três semanas, surpreendendo inclusive os alemães.
As tropas nazistas desfilam por Paris em 14 de junho e cinco dias depois alcançam a costa atlântica. Dia 22 de junho ocorre o armistício de Compiègne, onde a França se rende. O país é dividido em duas zonas, uma ocupada pelos alemães, outra pelo governo colaboracionista do Marechal Petain. O espírito derrotista contaminou o país, fazendo com que somente o Gen.
De Gaulle pregasse a necessidade da continuação da luta. As restantes tropas anglo-francesas conseguem evitar a destruição completa graças a evacuação de Dunquerque. Apesar da catástrofe francesa a Inglaterra, agora sob a liderança de W. Churchill, promete continuar na guerra até a vitória final ("sangue, suor e lágrimas").
A determinação da Inglaterra em continuar na luta
"Embora grande parte da Europa e antiquíssimos e famosos Estados hajam caído ou possam ainda cair nas garras da Gestapo e de todo o odioso aparato do domínio nazista, não haveremos de ceder nem fracassar. Iremos até o fim: lutaremos na França, lutaremos nos mares e oceanos, lutaremos com crescente confiança e poderio, no ar; defenderemos nossa Ilha custe o que custar; lutaremos nas praias, lutaremos nos aeropódromos, lutaremos nos campos, nas ruas e nas colinas; jamais nos renderemos, e mesmo que - o que não creio sequer por um momento - esta Ilha ou uma grande parte dela seja subjugada e esteja passando fome, nosso Império de além-mar, armado e guardado pela esquadra britânica, continuará a lutar até que, quando Deus quiser, o Novo Mundo, com toda a sua força e poderio, se ponha em marcha para socorrer e libertar o Velho."

Discurso de Churchill na Câmara dos Comuns em 4 de julho de 1940, após a retirada das forças anglo-francesas de Dunquerque e doze dias depois da rendição da França.
A expansão da Guerra pelo Mediterrâneo, África e Balcãs
Quando a sorte da França já estava praticamente selada, a Itália lhe declarou guerra (10 de junho de 1940) propiciando aos franceses suas únicas e inúteis vitórias contra as potências do Eixo. Tropas italianas estabelecidas na Líbia penetram no Egito em setembro de 1940 donde são rapidamente expulsas pela contra-ofensiva britânica que lhes abocanha a Cirenaica (Líbia Oriental). A situação desesperadora das forças italianas faz com que Hitler designe o Afrikakorps - comandado por E. Rommel - para auxiliar Mussolini. Entre março-abril de 1941 as tropas alemães infringem vigorosas derrotas aos ingleses obrigando-os a recuar.
No segundo semestre de 1940 a guerra atinge a região dos Balcãs. Desejoso de mostrar sua independência de Hitler, Mussolini ordena a invasão da Grécia, partindo da Albânia. As tropas italianas não conseguem ultrapassar a fronteira e ainda sofrem um contra-ataque anglo-grego que as faz recuar. A Alemanha decide enviar suas divisões para esta região tendo por objetivo afastar definitivamente os ingleses do Mediterrâneo Oriental, assim como reforçar seu fronte sul para a futura invasão da URSS.
Entre abril-maio de 1941 caem sob seu domínio a Iugoslávia e a Grécia, culminando com uma surpreendente ocupação da Ilha de Creta - base aero-naval inglesa - pelos pára-quedistas alemães. Desta forma os campos petrolíferos da Romênia, que abasteciam as divisões blindadas alemãs, ficam a salvo dos bombardeios aéreos. Apesar dessas sucessivas derrotas, os ingleses conseguem manter algumas posições estratégicas importantes - a Ilha de Malta - na intersecção da Sicília com a África.
Isso lhe possibilita assediar os comboios do Estreito de Gibraltar que lhes assegura a rota marítima com o Mediterrâneo e o Egito. A superioridade naval e aérea inglesa vai ser uma permanente fonte de tormentos para os italianos no Mediterrâneo, como também neutraliza a eficiência de combate do Afrikakorps derrotados em El Alamein, em 30 de junho de 1942, por falta de reforços.
A situação da Inglaterra nos anos 40/41 era de quase total isolamento. Sua poderosa esquadra, havia dissuadido Hitler de invadi-la, levando-o a adotar a estratégia da Guerra aérea e submarina. H. Güring, supremo comandante da Luftwaffe foi responsável pelas operações de bombardeamento de Londres e outras cidades industriais.
Inicialmente procuraram atingir alvos estratégicos, mas a situação evoluiu para um bombardeio indiscriminado da população civil (Conventry). As bases alemãs estavam assentadas nos Países Baixos e na França conquistada. Um invento, do qual somente os ingleses tinham o monopólio, - o radar - muito os auxiliou na luta contra a avaliação alemã. Ao deixarem de bombardear os alvos estratégicos (industriais e aeródromos) os alemães propiciaram a que a RAF se recuperasse, passando a infringir pesadas perdas aos seus aviões. Em 1940, a Luftwaffe perdeu 1.733 aparelhos, tendo cada vez mais dificuldades em obter pilotos adestrados.
A situação da Inglaterra conhece verdadeiro alívio, quando Hitler resolve invadir a União Soviética em junho de 1941, sendo obrigado a desviar o esforço de guerra para o fronte Oriental. Mesmo assim, nestes dois anos críticos, a Inglaterra vê cair sobre suas cidades mais de 58 mil toneladas de bombas.
Paralelamente aos ataques aéreos, a Grã-Bretanha foi submetida ao cerco pelos submarinos. Em 1939 os ingleses haviam perdido 810 mil toneladas de barcos afundados, que no ano seguinte aumentou para 4 milhões e meio, atingindo o máximo de perdas em 1942, quando mais 8 milhões de toneladas foram postas à pique pelos torpedos alemães. Hilter escolheu a guerra submarina devido a inferioridade numérica da esquadra alemã e, tentava com ela, reeditar o Bloqueio Continental ordenado por Napoleão. Isolando a Inglaterra de suas colônias esperava secar as fontes de abastecimento em matérias-primas e alimentos, necessárias a seu esforço de guerra.
Desta forma usava a estratégia do ataque indireto visando a neutralização e submissão da Inglaterra. No entanto, com a entrada dos Estados Unidos no conflito, a partir de dezembro de 1941, esta política não se concretizou. Imensos comboios passaram a atravessar o Atlântico apoiados pela esquadra anglo-americana. A invenção do sonar e a construção de destroiers, aperfeiçoaram a caça de submarinos. Se em 1940, apenas 22 submarinos haviam sido destruídos, seu número aumentou para 35 no ano seguinte, 85 em 1942 chegando ao auge em 1943, quando 287 submarinos foram postos fora de combate.
Esta política da guerra submarina terminou por levar os alemães a realizarem ataques indiscriminados a navios mercantes, mesmo àqueles países que ainda permaneciam neutros. O Brasil tem vários barcos torpedeados, a maioria dos quais no Atlântico Sul, o que forçará a entrada de Getúlio Vargas no conflito.
Conclusões da 1ª fase - setembro de 1939 a junho de 1941
A guerra se iniciou com o conflito germano-polonês, em setembro de 1939, tornou-se 22 meses depois num combate generalizado envolvendo todas as nações da Europa Ocidental. Permaneceram neutros a Suécia, a Suíça e os países ibéricos. Ao término desta fase o sucesso de Hitler era evidente; suas forças haviam submetido oito países, perfazendo o controle de mais de um milhão e meio de km2 com uma população de mais de cem milhões de indivíduos.
O poderio francês havia sido varrido em pouco mais de um mês e a Inglaterra achava-se na defensiva. O controle territorial partia das margens polares da Noruega englobando boa parte do Mediterrâneo. Contando os territórios da Alemanha, Áustria, Tchecoslováquia mais as áreas dominadas, temos um total de 2 milhões 340 mil km2, com uma população de mais de 250 milhões. Os alemães passaram usufruir os recursos industriais e agrícolas da França, Bélgica e das regiões orientais da Europa (dominados: como a Iugoslávia, ou aliados como a URSS permaneciam neutros, fazendo com que o domínio alemão fosse incosteste.
Suas forças armadas tornaram-se calejadas, mais de dez milhões de homens haviam sido mobilizados dotados de modernos equipamentos baseando sua estratégia numa poderosa e ágil força blindada. O moral dos tropas era elevadíssimo, criando-se o mito da insensibilidade do exército alemão - a mais poderosa máquina de guerra que o mundo havia visto. Todos estes fatores criaram um clima otimista para Hitler dar início a 2ª fase do conflito: a invasão da URSS - que seria a sua tumba.
Países aliados da Alemanha:

1) Itália
2) Finlândia
3) Hungria
4) Bulgária
5) Romênia
A II fase da ofensiva Nazi-fascista
Vários fatores contribuíram para que Hitler se decidisse a invadir a URSS. Era-lhe difícil precisar quanto tempo a União Soviética se manteria fora do conflito e já que mais tarde ou mais cedo ela se envolveria, decidiu tomar a iniciativa atacando antes. Hitler subestimou o potencial soviético e de certa forma, sua opinião sobre a capacidade de resistência do Exército Vermelho era compartilhada pelos observadores ocidentais. Em 1937 Stalin havia expurgado todo alto-comando das Forças Armadas, 65% dos oficiais desapareceram nos campos de concentração ou pelos fuzilamentos.

Grécia Antiga: berço da civilização ocidental

  A importância de se conhecer a Grécia da Antigüidade (que se desenvolveu entre 2000 a.C. e 500 a.C.) é que a herança de sua cultura atravessou os séculos, chegando até os nossos dias. Foram influências no campo da filosofia, das artes plásticas, da arquitetura, do teatro, enfim, de muitas idéias e conceitos que deram origem às atuais ciências humanas, exatas e biológicas. A Grécia antiga não formava uma nação única, mas era composta de várias cidades, que tinham suas próprias organizações sociais, políticas e econômicas. Apesar dessas diferenças, os gregos tinham uma só língua, que, mesmo com seus dialetos, podia ser entendida pelos povos das várias regiões que formavam a Grécia. Esses povos tinham também a mesma crença religiosa e compartilhavam diversos valores culturais. Assim, os festivais de teatro e os campeonatos esportivos, por exemplo, conseguiam reunir pessoas de diferentes lugares da Hélade, como se chama o conjunto dos diversos povos gregos. Essa Grécia de 4.000 anos atrás era formada por ilhas, uma península e parte do continente europeu. Compunha-se de várias cidades, com seus governos próprios, que eram chamadas de cidades-Estados. Essas cidades localizavam-se ao sul da Europa, nas ilhas entre os mares Egeu e Jônio.
Esparta e Atenas:
As principais cidades gregas da Antigüidade foram Atenas e Esparta. Essas sociedades eram, aliás, bem diferentes e freqüentemente lutaram uma contra a outra. A sociedade espartana era considerada rígida (nos dias de hoje, quando queremos dizer que alguma coisa ou pessoa é muito cheia de regras, fechada, dizemos que é "espartana"). Em Esparta, os homens viviam para a vida militar. Eles só podiam casar depois de terem sido educados pelo Estado, em acampamentos coletivos, onde viviam dos 12 até os 30 anos. Para o governo, existiam os conselhos de velhos, que controlavam a sociedade e definiam as leis. As mulheres espartanas cuidavam da casa e tinham também uma vida pública: administravam o comércio na ausência dos homens. Já Atenas, que foi considerada o exemplo mais refinado da cultura grega, teve seu apogeu cultural e político no século 5 a.C. Na sociedade ateniense, diferentemente de Esparta, as decisões políticas não estava nas mãos de um conselho, mas sim no governo da maioria, a democracia. Dentro desse sistema, todos os cidadãos podiam representar a si mesmos (não precisavam eleger ninguém) e decidir os destinos da cidade. Ao mesmo tempo em que Atenas abria o espaço para os cidadãos, reservava menor espaço para as mulheres do que na sociedade espartana. Em Atenas, as mulheres, assim como os escravos, não eram consideradas cidadãs.
Os jogos olímpicos
Na Grécia Antiga, os jogos olímpicos eram um ritual de homenagem a Zeus (o deus máximo de uma religião com muitos deuses). Esses jogos realizavam-se na cidade de Olímpia e envolviam todas as cidades-Estados da Hélade em várias competições de atletismo. Dentre as modalidades de esporte que se praticavam havia a corrida, a luta livre, o arremesso de discos, salto e lançamento de dardos. Os vencedores voltavam às suas cidades com uma coroa de folhas de oliveira e um imenso prestígio.

Mitologia grega:
A religião politeísta grega era marcada por uma forte marca humanista. Os deuses possuíam características humanas e divinas. Os heróis gregos (semi-deuses) eram os filhos de deuses com mortais. Zeus, deus dos deuses, comandava todos os demais do topo do monte Olimpo. A mitologia grega também era muito importante na vida desta civilização, pois através dos mitos e lendas os gregos transmitiam mensagens e ensinamentos importantes. No quadro abaixo podemos conhecer outros deuses gregos.